domingo, 1 de setembro de 2013

Elegia à Musa



Dos teus versos nasciam limoeiros verdejantes
e jardins sussurrantes dos tempos do império,
casas antigas, meninas magrinhas da Polinésia,
oratórios e longas conversas com Deus e com
astrólogos! Caminhavas entre um mundo de 
sonhos, e teus versos aos aeronautas sonharam
as alturas do mundo e da vida! Foste mais do
que cabia no teu nome Cecília, e dos teus olhos,
verdejantes limoeiros melancólicos, escorria a
amargura de uma família ancestral de mortos...

Pastora de nuvens, e dos meninos tristes em Pistoia,
compunhas em versos as lágrimas dessas mães, 
pois que entendias as dores do mundo e das famílias
que clamavam pelos tempos por seus rebentos!
Foste a amiga das florestas e das estrelas, e de tua
alma desprendia-se o perfume da poesia que subia
às alturas em uma solitária peregrinação poética...
Quando partiste as nuvens rastrearam o chão à tua
procura, e os gnomos escavaram a terra pra saber 
onde os homens enterraram a sua maior fortuna...

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