Ando a procura de algo que se me escapou
por entre os dias,
o sentido de viajar no alto das palavras
e dentro delas também...
Há um lugar onde meu outro eu se refugia
do ventre da névoa dos desejos,
do fumo inebriante das conversas,
das ânsias ermas e sem sentido
que pulsam nos bares, nos prostíbulos
e nessas tocas dos instintos
onde uma falta ainda maior de sentido
da vida
procura se afogar...
Olho para meu poemas
como os entes ancestrais olhavam
embevecidos as estrelas
e procuravam nelas o sentido de se estar aqui...
Hoje, enfeitiçados por nossa ciência,
cremos que de fato viemos de bem longe,
junto de algum meteorito... Mas há ainda
nisso tudo uma total ausência de sentido!
Olho meus versos como quem decifra pergaminhos
sem a certeza de que seus significados
foram totalmente apreendidos!...
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