quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Espelhos


É estranho como no espelho se buscam sempre as coisas erradas,
uma ruga furtiva, um brilho que se foi, uma juventude sempre fugaz.
Assim como os enganos da maquiagem, os ensaios de olhar,
nunca verdadeiros, eternamente encenados... Devia-se buscar
nos espelhos a claridade dos lagos, a tranquilidade dos olhos,
e as luzes que nele se refletem antes de saltar para o invisível!

Num espelho moram as salas que nunca entramos (embora sejam

dentro de nossas casas).  Lá moram nossos mortos queridos, as
memórias com seus fantasmas, os poemas inacabados que gemem
sonhando com o ponto final! Dentro do espelho jazem as almas
aprisionadas das bruxas medievais (e também das atuais) que
apontam para os mundos imensos e imaginais dos poetas e místicos!

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