segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Canção da Tempestade



I

A poesia da tempestade está
em combinar luz e sombra,
fogo e água, e o silêncio com 
o canto das águas que vertem 
das profundezas do céu!

Descanso aos acordes
da ventania, a sinfonia
atormentada de um violino
afinado com o indizível
e o transcendental!...

II

Os pássaros bem que anunciaram,
pois que viram no céu a correria 
das nuvens e disseram em seus
cânticos que ela vinha! Porém,
somente os poetas e os místicos
puderam ouvir os passos enormes 
da tempestade, quando esta deitou
seus escuros lençois cinzas, e fez
tremer o céu da costa oriental!

III

As águas desceram com pressa 
de suas embarcações-nuvens!
Correram buliçosas por sobre
as calçadas, brincaram de
transpor o meio fio das ruas,
como os grandes rios do norte
fazem com as suas margens...
As minúsculas gotículas
encontraram-se com outras 
há muito perdidas nessas idas 
e vindas dos ciclos das águas.
Simularam grandezas, brincaram
nas alamedas e depois umas
subiram de volta aos céus,
enquanto outras foram dormir,
serenamente, no fundo da terra!!!

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