quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Fado
Jaz um pobre soneto inacabado
que dorme tristemente rabiscado.
Quarteto de rima precisa e lisa
onde um amor passado se agoniza
Por coisas que se deixaram na brisa
dos dias aos olhos, e à pesquisa,
da curiosidade vã de um letrado,
ou ao sonho de um poeta apaixonado.
Jaz ali o pobre soneto inacabado...
Mas e se ele for só uma quadra apenas
sem ter nada mais a ser alcançado?
E se seu sentido já foi esgotado
pelo afã de coisas vãs e pequenas?...
Mesmo assim, este fim é um triste fado!...
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