Fui seduzido por tua dança de vida e de morte,
por tuas imagens misteriosas e assombrosamente familiares,
com Loucos e Torres Fulminadas, Sumo Sacerdotes,
Carruagens e Sacerdotisas encantadas!
Por teus gládios e copas, bastões e pentagramas
e por teu turbilhão figurativo que cria um espelho claro,
um portal com setenta e oito chaves
no qual a vida se revela, abrindo suas pétalas,
suas pernas e mostrando sem pudor
os seus meandros, sempre de modo inesperado!
Fui seduzido por tuas imagens, mitos e analogias
nas criações infinitas às quais empresta tuas imagens sagradas...
Vi minha visão ampliar-se
e minha percepção tornar-se precisa,
profunda e clara como a incisão de uma faca...
E hoje então eu vejo por trás das máscaras,
e isto não tornou-me cínico
mas sim incrivelmente atento
à beleza estonteante da dança dos ciclos
De morte e renascimento,
de encontros e despedidas
à qual estamos todos submetidos...