Um dia minha tia Fátima veio me
falar de ter encontrado uma antiga gravação em k7 onde eu e minha irmã
brincávamos de fazer entrevistas.
Eu já tinha lá meus 17 anos e lembro-me de ter perguntado “E aí, como estava a gravação?” ao que ela respondeu “Ah, só ouvi umas risadas e umas perguntas que não entendi... Depois as vozes sumiram e só restou um chiado...” fiquei pensando na época “Onde foram nossas vozes?” Imaginei que atiradas ali na velha caixa de plástico do k7, as vozes daquelas duas crianças órfãs de mãe, que enfim riam, saíram por aí procurando outras lembranças menos doloridas de lembrar.
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