terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Sobre Certas Janelas...


Há janelas que não descortinam paisagens
com verdes pastagens, ou prédios curiosos
de curvas amplas ou restritas... Há janelas
que flertam com o infinto, que miram saudades
antigas. Esquinas que só existem bem longe
no passado! Calçadas ingênuas onde os
passantes acarinhavam nossas cabeças,
trocavam sorrisos e faziam nos sentirmos 
seguros e amados nos confins do mundo, 
onde achávamos que era a nossa casa!

Há janelas onde as ruas são outras ruas,
com sons de lembranças das feiras esquecidas,
do afiador de facas apitando bem longe. E da
ronda noturna do velho do saco que levava as 
criancinhas mal criadas lá pra bem longe...
Pobre velho do saco! Coisas bem piores
nos levam pra bem longe e nós só o 
temíamos porque ainda ignorávamos isso... 

Essas janelas onde mães esperavam os filhos 
vindos da escola, e onde os irmãos contavam 
histórias sobre o formato das nuvens são
ambíguas! Ora mágicas, ora mal assombradas!
Elas são portais do passado, como nos filmes
antigos de ficção científica, só que sem os
mocinhos e os bandidos. Só um bando de 
meninos e meninas poemando seus vestígios...

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