quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
Canção da Chuva
Que a chuva viesse delicada, espantando o calor,
embalando o sono umedecido dos pássaros,
limpado as folhas e o pensamento...
Que a chuva viesse como uma cúmplice do silêncio
e uma carruagem da noite!
Que sobre nossos sonhos modernos aspergisse
gotículas de romance, e de canções longínquas,
sobre o racionalismo das mentes.
Que trouxesse a malemolência mansa do sono
para a dureza febril dos corpos ardentes
Que umedecesse as orações e dançasse
no mesmo vento que faz dançar a chama das velas do ritual,
que purificasse as preces antes delas seguirem às alturas
e que um pouco antes do fim, lavasse a memória e enterrasse
dissabores e dores bem fundo, dentro do chão!
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