sexta-feira, 19 de abril de 2013

Soneto Triste





Dentro do meu peito há janelas
que não avistam a lugar nenhum...
E um céu escuro, vazio de estrelas
com um luar triste... Sem brilho algum!...

Há o eco mudo de velhas capelas
e uma procissão vaga e incomum
de astros escuros que tentam sê-las
mesmo que sem brilho ou vigor algum!

Sonham anjos decaídos e em vão
com alturas de alegrias e paz
sob um vento frio de solidão...

Sonham com abraços, beijos e mais
sonham com liberdade e aceitação
que tanto os sonhos quanto a vida não traz...

sábado, 6 de abril de 2013

Sereia



Dentro da noite há um mar onde dizem morar uma sereia 
chamada poesia,
ela canta entre os rochedos do pensamento
seduz poetas a lançarem-se no mar noturno,
em vagas estreladas, em profundezas nuas...

E dizem que suas almas nunca mais são encontradas!
Que vagam por aí no fundo de seus olhos perdidos...

E dizem também que todo o poeta cobiça
nunca mais ser resgatado!

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Bruxas
















No meu tempo elas viviam entre nós
e olhavam para um vento na tarde
e diziam: "vai chover!", e corriam
para fazer bolinhos de chuva, que 
não demorava a cair rumorosa e nua.

Ao contrário dos contos de fadas
elas amavam as crianças e as rezavam
quando não conseguiam dormir...
As mães confiavam nelas para tudo
pois sabiam que eram as testemunhas do tempo.

Elas oravam, benziam, liam cartas
não queriam ser famosas nem aplaudidas
eram simplesmente servidoras da vida 
e sorriam quando lhes agradeciam e davam 
em troca muitos votos de paz e felicidade.

Minha avó é a última remanescente desta
raça de mulheres ancestrais e sábias
que estão deixando este mundo menos
mágico e luminoso. Desaparecem tão
misteriosamente quanto surgiram.

Poeira das estrelas? Arco-íris da luz
de Deus? Da Deusa?... Filhas das árvores
e das ervas, mensageiras do amor e cuidado.
Parte delas vai em minhas veias e eu sou
um resquício saudoso e triste deste mistério!...

Sobre a Luz

O Sol é a luz que dentro da consciência espera o despertar do eu mais profundo, que alheio a tudo que disseram vem ao mundo, pleno ver...