No meu tempo elas viviam entre nós
e olhavam para um vento na tarde
e diziam: "vai chover!", e corriam
para fazer bolinhos de chuva, que
não demorava a cair rumorosa e nua.
Ao contrário dos contos de fadas
elas amavam as crianças e as rezavam
quando não conseguiam dormir...
As mães confiavam nelas para tudo
pois sabiam que eram as testemunhas do tempo.
Elas oravam, benziam, liam cartas
não queriam ser famosas nem aplaudidas
eram simplesmente servidoras da vida
e sorriam quando lhes agradeciam e davam
em troca muitos votos de paz e felicidade.
Minha avó é a última remanescente desta
raça de mulheres ancestrais e sábias
que estão deixando este mundo menos
mágico e luminoso. Desaparecem tão
misteriosamente quanto surgiram.
Poeira das estrelas? Arco-íris da luz
de Deus? Da Deusa?... Filhas das árvores
e das ervas, mensageiras do amor e cuidado.
Parte delas vai em minhas veias e eu sou
um resquício saudoso e triste deste mistério!...
Amei estes versos! Falaste à minha alma saudosa da minha querida avó!
ResponderExcluirAs avós tem mesmo este poder, de nos comover estando presentes ou não! Obrigado por teu comentário minha querida! Beijos.
ExcluirEu me comovo com esse lamento e me solidarizo com ele.
ResponderExcluirabçs
Vó é saudade da vó que teve e da vó que foi e um dia seria, mas veio a Velha e a ceifou.
ResponderExcluirAs avós são seres que quando são muito amadas ou amorosas, deixam ao partir a dúvida de que se um dia foram de fato reais, ou fruto da nossa mais linda imaginação!...
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