terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Rebento das Estrelas



Eu sou um filho da noite,
irmão mais novo das coisas obscuras.
Lobos, curupiras e centauros são minha família!

Dialogo com a sombra e a ventania,
sonho com a beleza das coisas vazias.
Movo-me no ermo tendo como guias
a luz das velas e das estrelas, e a folia
dos vaga-lumes levados pela brisa...

Eu trilho meu íntimo caminho,
mas vivo do outro lado,
onde não sei o que busco,
ou o que me preenche,
ou o que me esvazia...

Vivo neste mundo a parte 
seguindo minha família,
tendo só como certeza 
que estaremos todos juntos
um dia...

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Interlúdio Noturno



A fuligem dos meus sonhos
embaça a vidraça da lua...
Enquanto na rua os pirilampos
orquestram as estrelas

E a solidão trêmula da vela
eleva às alturas o calor
das preces! E, sem pressa,
a cantoria dos grilos começa...

Contam coisas sobre todas
as noites, e os segredos vazados
pelas janelas ao vento que,
em silêncio, nos afastam do dia...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Agora Somos Livres...



Agora somos livres,
e o tempo novo dá asas aos sonhos!
Somos livres como as nuvens 
que rondam o mundo,
e podemos perguntar
todas as coisas ao vento amigo
que dança nas copas do arvoredo...
Somos livres pra contar e descobrir
segredos... E dançar e cantar
e almejar a luz e o infinito,
e a liberdade e o sonho,
e o fruto doce, mas ainda desconhecido,
da verdadeira paz entre nós todos...

Utopia



Meu mundo ideal é aquele
onde a gente aproveitaria
esta forma redonda desta
terra úmida e azulada,
pra dançar de roda
todos de mãos dadas!

O Lugar dos Sonhos



Se eu pudesse voar eu gostaria
de ir até o lugar onde nascem os sonhos,
e onde brotam as cores, 
e os contos fantásticos,
e a sabedoria dos oráculos,
e as histórias das avós...

Apanhava um pouco de tudo
e guardava comigo por uns dias,
e algumas noites... E depois
entregava a um amigo, pois que
aventura nenhuma deste mundo,
sem um cúmplice, faz o menor sentido!

O Segredo da Chuva



A chuva é um rio secreto
que corre nas alturas,
e que de vez em quando transborda pelo céu,
e cai aqui em cima da gente...

A música da chuva é uma cantoria
inventada pelas velhas-nuvens
para fazer dormir a meninice do mundo...

A chuva é um lamento, é o murmúrio triste
de todos os poetas que dança ao vento,
e verte com a chuva das alturas do céu,
adentra por meio das nuvens e, por fim,
escorre pro centro do coração de tudo!

Outonal

Um perfeito dia outonal, com um sol morno, quase frio. Com o silêncio compactuando com o vento na calçada com o canto longínquo de uns pássa...