sexta-feira, 8 de abril de 2016

Canção das Searas



Cai, pétala, lágrima, folha levada ao vento,
cai um pouco do tempo a cada noite que cai
e a cada sol que levanta... Anda, tua história
não se faz no chão da inércia, nem dentro dos 
braços mais doces e amorosos... Tua história
tá lá fora, nos sussurros das sombras, no aço
da vida, nos uivos da matilha e tudo o mais
que se faça não vale é nada...! 

O que não nos custa o sangue e não nos verte
lágrima, não constrói nada. O que não nos faz
respirar mais fundo e forte, e nos rouba um tanto
do sono e da noite, e nos faz não temer a morte...
Bem, isso passará e tu passarás também, sem teres
contado ao mundo uma única nota, sílaba, canção
ou verso sobre o que vieste fazer aqui e sobre 
o sentido de teres existido na existência de outros...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Vigílias

As portas abertas estão sempre à espera de algo... Deixo minha porta da cozinha sempre aberta à luz do dia, ao vento furtivo, à visita d...