quinta-feira, 5 de março de 2015

Autorretrato



Quando eu conheci a poesia,
foram os *Quintanares
que me arremessaram
às alturas e me arrancaram
suspiros,
sonhos,
versos,
e visões...

Depois segui sempre sonhando
que um dia escreveria assim:
sobre ruazinhas desertas,
musas do passado, cartazes
abandonados de circo...

Mas eu sou um bicho estranho
que sonha com florestas escuras,
e criaturas míticas...

E que flerta com o absurdo
e o imaginário...
E o que é mágico 
é natural para mim!
Eu que repudio o lógico,
o científico, o certo, 
o sensato e a convenção...

Eu nasci com o coração no passado,
os olhos no futuro, os pés no agora
e a cabeça no infinito...
Que esquisito!... Né?

*Nome dado por Manuel Bandeira aos versos de Mario Quintana.

2 comentários:

  1. A poesia e o Universo agradecem por você ser esse 'bicho estranho' que habita o mundo com os olhos de lucidez do inimaginável, muito mais tangível do que se possa imaginar.
    Um beijo, meu caro!
    A poesia corre em tuas veias.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado por compartilhar comigo deste olhar sobre as coisas do inimaginável...! Seja sempre bem vinda às minhas florestas escuras Beth! =)

      Excluir

Vigílias

As portas abertas estão sempre à espera de algo... Deixo minha porta da cozinha sempre aberta à luz do dia, ao vento furtivo, à visita d...