terça-feira, 30 de agosto de 2011

Sortilégio


Adentramos no vazio abismal
onde o conhecido mistura-se
ao vazio incorrigível do medo
e o que é próximo alarga-se na distância...


Entramos na erma floresta
cingida nas alturas pela face nova
da velha mãe-avó-lua,
com as tochas e as candeias do fogo pagão
do velho pai avô-sol dos ancestrais,
com as ervas certas, o coração firme
e o ouvido atento aos sinais.


Atravessamos os vultos nas brumas
até que o íntimo da própria neblina
nos revele a hora, e nos indique o local exato
onde a terra clama por seu ritual,
chamando-nos para o fogo primitivo da vida...


(Que faz pulsar seu coração de cristal)

Caçadores sacerdotes e dançarinas sacerdotisas
voltam na história para a infância do tempo,
tendo apenas um céu de silêncios por testemunha...


E as brumas, mais uma vez, varrerão nossos vestígios...

2 comentários:

  1. Olá Celia, quero agradecer a você por inaugurar os comentários no meu blog de poemas! Fiquei muito feliz!... Apesar de ter um número bom de acessos, lamento o fato de as pessoas não deixarem seus comentários! Também adoro esse poema, não considero nenhum dos versos que escrevo meus... Eles apenas passam por mim e nada mais! Um grande abraço. Namastê!

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