Espero a noite como quem espera
numa estação de trem
uma embarcação
para terras distantes,
para um mundo de múltiplos sons,
e súbitos silêncios
onde as coisas da vida
e da morte sussurram versos
aos poetas desde o princípio de tudo...
Eu espero a noite
como o menino
espera o acalanto
noturno da mãe,
e o manto de estrelas
onde me perco
em pensamentos
que reinventam os silêncios
que, vez por outra,
reverberam-se em poemas
Eu espero a noite como quem
aguarda o retorno à pátria distante,
ou à casa de entes queridos,
que de tão longínquos,
se fazem esquecidos...
Eu aguardo a noite
como quem aguarda o despertar
de uma outra vida, nesta vida
que vivo, tão longe de mim...
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