Ah sim, lembro alguma coisa
do povo de outrora,
que ouvia pássaros e árvores,
que dançava com a terra
passos de fogo e de gelo,
e que lia o futuro
nas ranhuras das nuvens,
nas linhas das mãos,
e no bailado da chuva...
Sim, lembro alguma coisa
sobre os versos do vento
na face oblíqua das pedras,
e no sal à beira da praia.
Lembro alguma coisa dos segredos
contados à mim pela chuva,
lembro de uma vida pura
e de uma comunhão segura
que nem de longe sonhava
ser arrasada pela vida futura...
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