Se a inocência tivesse uma feição
ela teria, em princípio, a face de uma criança
quando descobre uma pedrinha ou borboleta
ou o encanto de uma árvore de Natal...
Depois, com o tempo, haveria
de ter asas e um canto
ou penas coloridas e o apreço
por imitar a fala de quem se ama...
Ou uma doçura canina no olhar
e uma maciez felina no afago que,
com mais sorte se tornaria
o abraço de um amigo
ou mesmo nossa família.
Ou, com muito mais sorte,
o afago do nosso grande amor!
E, como dádiva, benção ou
esplendor de uma vida lindamente vivida
a inocência teria, por fim, a face dos idosos que
resgataram sua infância no olhar
a viver a vida em gratidão por tudo!