Eu era aquele que orava pelo mundo
enquanto todos me achavam estranho,
e perguntava onde estava Deus
enquanto lia imagens nas nuvens...
Eu era aquele que se apiedava das estátuas,
e se eternecia com o silêncio da noite,
e que achava que os sons da floresta
chamavam meu nome não sei por onde...
Sou filho da morte, da raiva, e da tristeza,
mas decidi que de mim só versos e rezas
inundariam meu entorno, e que me
emprestaria ao infinito e à sua canção...
Eu sou aquele que está do outro lado
das festas; sou amigo dos vazios, dos frios,
dos longínquos, dos esquecidos! Pastoreio
suas vigílias em busca da Luz...