quinta-feira, 21 de julho de 2016

A Construção das Coisas...



Que não nos vençam esses caminhos 
crivados de dor e ausências, esvaziados
de abraços, lembranças e sonhos
e de memórias ancestrais... 
De risos por nada, de gentilezas
simplesmente esparramadas
para o outro, sobre o outro,
de muito amor dado de graça...

Mas tais caminhos de amor
nunca foram trilhados, foram só sonhados
(eu sei que vós todos me direis),
tu és poeta e não sabes de nada!
Tais coisas nunca houveram, nem haverão...
Tudo o que temos é o que sonham
os outros que anseiam esses sonhos...
Mas como são loucos, nunca os seguirão...
São bonitos e loucos, mas são tão poucos
os que sonham tais sonhos que nos resta
chamar de loucos esses que assim como tu
anseiam tais coisas, tão simples e puras,
mas que nunca existiram, nem existirão...

Mas enfim, faz parte de mim, e dessa sina
de escrever sonhando o que anseia
essa voz íntima, que toca as outras vozes
secretas que habitam os outros corações
que, apesar de empedernidos, se enlevam 
e suspiram baixinho comigo ao lerem 
meus versos... A esses dedico o meu
sagrado ofício de desenhar os caminhos
que os sonhadores do futuro realizarão!

Vigílias

As portas abertas estão sempre à espera de algo... Deixo minha porta da cozinha sempre aberta à luz do dia, ao vento furtivo, à visita d...