terça-feira, 13 de maio de 2014

Desencontro



Sou um vestígio de mim que se foi deixando,
que se foi esvaecendo pelas horas, sombra
pálida dos dias, cinza das brumas, lágrima
perdida num temporal, suspiro afogado no
grito mais alto dos mais desesperados! 
Peito sem abraços, cansaço sem aconchego, 
um cuidador carente de cuidados...

Nódoa de esperança onde antes haviam sonhos,
buracos negros de alma onde antes haviam olhos,
caminhos errantes, mãos estendidas e para sempre
clamando por suporte, por acolhida. Um silencioso
deserto árido onde antes haviam lábios e versos.
Vazio onde antes havia uma família, e paz, e amigos.
Onde, afinal, eu terei perdido esse caminho até mim?


quarta-feira, 7 de maio de 2014

Soneto da Despedida Dadivosa



Adeus Amor, adeus, e leva contigo
os mares imensos dos sonhos meus,
que em teus braços já tiveram abrigo
como em meu coração já abriguei os teus!

Adeus sem culpa, remorsos, ou o rancor...
O amor é uma flor que se despe em véus
nasce uno, mas se esvaece como a cor,
perfume tênue se que eleva aos céus...

Adeus, e tomara que tenha sido eu
um degrau a mais na árdua lição do Amor,
que nos eleva a todos ao Amor de Deus,

e se expressa além do sofrimento e dor
no semblante do ser amado (meu e teu)
no ato misterioso de um novo Amor...

Vigílias

As portas abertas estão sempre à espera de algo... Deixo minha porta da cozinha sempre aberta à luz do dia, ao vento furtivo, à visita d...